agora eu alcancei
esta sensação da qual tanto falam os poetas,
os escritores de prosa,
os loucos
e os forasteiros de bar
nas conversas entre amigos.
esta sensação da qual tanto falam os poetas,
os escritores de prosa,
os loucos
e os forasteiros de bar
nas conversas entre amigos.
nossos seres se confundiram,
devoraram-se,
procurando o tutano da alma do outro
com força visceral.
amamos humanamente,
as sentimentalidades regadas à saliva.
cazuza cantou foi sobre nós.
agora ambos descansam -
seus olhos de maresia cerrados
e os meus fixos em seus cabelos emaranhados em mim.
observo suas costelas...
pesando...
expandindo...
e retraindo...
aqui dentro há uma tal paz,
um tal perdão dos nervos,
uma tal desurgência das coisas...
tudo em volta se aquieta
e nos assiste.
maldita as horas que maltratam-me,
que embarcam desesperadas
no vagão do tempo
sem pedir a minha licença.
pois, do contrário,
seria eternamente cinco horas e dezessete minutos
desta tarde preguiçosa de domingo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário