Para a alegria
ou tristeza de nossos pessimistas, teve Copa sim, teve Copa bem boa, teve Copa
demais! Leia isso considerando que quem vos escreve é uma besta futebolística,
tanto na técnica quanto na teoria. Os pré-históricos sabem mais do que eu.
Já no aquecimento para o Mundial, presenciei a
busca voraz de muitos para completar o álbum da Copa. Meus colegas se tornaram
crianças. Ouvi relatos de gente virando a noite colando figuras, montando
planilhas, comparecendo aos grupos de trocas. Crianças, velhos, homens,
mulheres, altos, baixos, gordos, magros, palmeirenses, corinthianos - tinha de
tudo um pouco. “E você é de onde?”, ouvi um cara perguntando ao outro, em um
encontro num shopping. “Guarulhos”, o outro respondeu, já passando o elástico
em volta do bolo nas mãos, findando o escambo. “Opa, sou de lá também!”
Seguiram os dois. No final, já tinham percebido que moravam perto e que na
esquina tal, ali, na ladeira xis, em frente ao mercado dois, haveria mais troca
no próximo final de semana. Combinaram de se encontrar e foram embora.
De repente, não mais que de repente,
começaram a brotar em terras paulistas uma infinidade de mexicanos nos
barzinhos, alemães na Paulista, argentinos na Anhangabaú, franceses no Museu do
Futebol, colombianos e chilenos no Parque do Ibirapuera. De repente, o metrô
que eu pego cotidianamente começa a dizer “next station…” e “access to subway
line…”. De repente, tenho de ensinar a um grupo de turistas (acredito que eram
de algum lugar dos Balcãs, mas como chuto mal, posso estar tremendamente
errado) como inserir o bilhete na catraca. De repente, na Luz, o vaivém
cinzento de pessoas indo labutar dá lugar a ondas coloridas que mudavam
conforme o dia: ora laranja mecânico, ora vermelho “olé”, ora xadrez croata.
Mas a onda maior, a mais forte, mais
intensa, sem dúvida alguma, foi a tupiniquim, verde e amarela, canarinha. Não
só porque sustentamos a seleção brasileira quando não jogava bem ou, pior, dava
vexame (opa, mais um gol da Alemanha!), mas porque o cenário fora dos estádios
foi um espetáculo à parte. Acolhemos tão bem nossos visitantes que eles querem
voltar. Nisto fomos, realmente, vencedores. Frustramos a imagem de que quem
tentasse vir pra cá nem chegaria porque haveria filas nos aeroportos. E se, com
sorte, chegasse, então seria roubado. Ou se não fosse roubado, não aproveitaria
bem as cidades-sede porque o trânsito seria caótico. Por aí vai…
Os odiadores me odiarão porque não citei
as partes negativas da Copa. Sei bem delas ($$$, […]), porém não vou demonizar
a festa e colocar na conta do futebol, que é, ou deveria ser, um esporte para
nos entreter, emocionar, divertir (e o que há de tão mal nisso?). Coisa de quem
não sabe dar a Cesar o que é de Cesar. Misturam as coisas como fizeram no
incidente do Neymar e da queda do viaduto em BH. Duas notícias tristes, mas
houve quem julgasse um esdrúxulo sentir pelos dois fatos.
Enfim, a Copa do Mundo de 2014 vai fazer bastante falta. Vou sentir saudade desse mix de povos, das torcidas, dos jogos decididos nos minutos finais para desespero dos apostadores de bolões da firma, das bizarrices à la mordidas del Suárez. Dos memes! (Meu Deus, o que será de mim sem os memes?) Copa da Zoeira, já pode voltar!!!
Enfim, a Copa do Mundo de 2014 vai fazer bastante falta. Vou sentir saudade desse mix de povos, das torcidas, dos jogos decididos nos minutos finais para desespero dos apostadores de bolões da firma, das bizarrices à la mordidas del Suárez. Dos memes! (Meu Deus, o que será de mim sem os memes?) Copa da Zoeira, já pode voltar!!!
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